terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Os segredos do cérebro TDAH - parte III


As implicações deste novo entendimento são vastas. A primeira coisa a fazer é para conselheiros, médicos e profissionais de parar de tentar transformar as pessoas com TDAH em pessoas típicas. O objetivo deve ser o de intervir o mais cedo possível, antes que os indivíduos TDAH’s se sintam frustrados e desmoralizados lutando em um mundo neuro típico, onde a plataforma está contra ele. A abordagem terapêutica que tem uma chance de funcionar, quando nada mais tem, deve ter duas partes:
A nível neurológico com medicação, de modo que o indivíduo TDAH tenha a capacidade de focar a atenção, controle de impulsos e capacidade de se acalmar internamente. Para a maioria das pessoas, isso requer dois medicamentos diferentes. Estimulantes melhoram o desempenho no dia-a-dia de um TDAH, ajudando-o a fazer as coisas. Eles não são eficazes em acalmar a hiperatividade interna que muitos com TDAH têm. Por esses sintomas, a maioria das pessoas serão beneficiadas pela adição de um outro medicamento.
Medicação, no entanto, não é suficiente. Uma pessoa pode tomar o medicamento certo na dose certa, mas nada vai mudar se ele ainda se aproxima de tarefas com estratégias neuro típicas.
A segunda parte de gestão de sintomas TDAH é o indivíduo criar o manual do proprietário do seu próprio TDAH. Manuais do proprietário genéricos que foram escritos por outros têm sido decepcionantes para as pessoas com o transtorno. Como todo mundo, as pessoas com TDAH crescem e amadurecem com o tempo. O que interessa e desafia alguém aos sete anos de idade não vai interessar e desafiar aos 27 anos.

Escreva suas próprias regras
O manual do proprietário TDAH tem que ser baseado em sucessos pessoais e atuais. Como você começa um trabalho agora? Em que circunstâncias você tem sucesso e pode prosperar em sua vida atual? Ao invés de focalizar onde você sabe que sua atenção vai cair rápido, é preciso identificar como você entrar na zona de atenção e funcionar em níveis notáveis.
Eu costumo sugerir que meus pacientes carreguem um bloco de notas ou um gravador por um mês para escrever ou explicar como eles agem nas zonas de necessidades.
Será que é porque eles estão intrigados? Se assim for, o que, especificamente, que tarefa ou situação os intriga? Será que é porque eles a sentem competitiva? Se assim for, o que no "oponente" ou situação traz à tona os traços competitivos?
No final do mês, a maioria das pessoas terá compilado 50 ou 60 diferentes técnicas que eles sabem serem boas para trabalhar e funcionam para eles. Quando chamados a desempenhar e se engajar, eles agora entendem como funciona o seu sistema nervoso e que as técnicas são úteis.
Eu vi essas estratégias funcionarem para muitos TDAH’s , porque recuaram e descobriram os gatilhos que eles precisam puxar. Esta abordagem não tenta transformar e mudar uma pessoa com um sistema nervoso TDAH em pessoas típicas (como se isso fosse possível), mas ajuda ao longo da vida, pois baseia-se em seus pontos fortes .

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Os segredos do cérebro TDAH - parte II


Como o resto do mundo funciona
Os 90 por cento de não TDAH’s são pessoas no mundo referidas como "neuro típicos." Não que eles sejam "normais" ou melhores. Sua neurologia é aceita e aprovada pelo mundo. Para as pessoas com um sistema nervoso neuro típico  sendo interessados nas tarefas, ou desafiadas, ou encontrar motivação na tarefa urgente como útil, mas não como um pré-requisito para fazê-lo.
Pessoas típicas usam três diferentes fatores para decidir o que fazer, como começar a fazer a tarefa, e ficar focado nela até que seja concluída:
1. o conceito de importância (que acham que devem fazê-lo).
2. o conceito de importância secundária - eles são motivados pelo fato de que seus pais, professores, chefes, ou alguém que respeitam pensam que a tarefa é importante para iniciar, enfrentar e completar.
3. o conceito de recompensas para fazer uma tarefa e as consequências, ou punições se não a fizerem.
Uma pessoa com um sistema nervoso TDAH raramente é capaz de usar a ideia de importância ou recompensas para iniciar e fazer uma tarefa. Eles sabem o que é importante, eles gostam de recompensas, e eles não gostam de punição. Mas para eles, essas coisas que motivam o resto do mundo são apenas paliativas.
A incapacidade de usar importância e recompensas para obter motivação tem um impacto permanente na vida dos TDAH’s:
Como podem aqueles diagnosticados com a condição de escolher entre várias opções, se eles não podem usar os conceitos de importância e recompensas financeiras para motivá-los?
Como eles podem tomar decisões importantes, se os conceitos de importância e as recompensas não são nem úteis na tomada de decisão, nem a motivação para fazer e o que escolher? Este entendimento explica porque nenhuma das terapias cognitivas e comportamentais usados para gerenciar os sintomas do TDAH têm um benefício duradouro. Pesquisadores veem TDAH como decorrente de um sistema nervoso defeituoso ou com base em déficit. Eu vejo TDAH como decorrente de um sistema nervoso que funciona perfeitamente bem por seu próprio conjunto de regras. Infelizmente, ele não funciona em nenhuma das regras ou técnicas ensinadas e encorajadas num mundo neurotípico. É por isso que:
TDAH’s não se encaixam no sistema de ensino normal, que é construído em repetir o que alguém pensa que é importante e relevante.
TDAH’s não vão prosperar no trabalho padrão que paga pessoas para trabalhar com base no que outra pessoa, (ou seja, o chefe) acha que é importante.
TDAH’s são desorganizados, pois praticamente todos os sistemas organizacionais lá fora são construídos em duas bases, - priorização e gestão do tempo – o que TDAH’s não fazem bem.
TDAH’s tem dificuldade de escolher entre alternativas, porque tudo tem a mesma falta de importância. Para eles, todas as alternativas parecem iguais.
Pessoas com um sistema nervoso TDAH sabem que, se eles se engajarem em uma tarefa, eles podem fazê-la. Longe de ser mentalidades danificadas, as pessoas com um sistema nervoso TDAH são brilhantes e inteligentes. O principal problema é que eles receberam um manual do proprietário neuro típico já no nascimento. Ele pode funcionar para todos os outros, não para eles.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Segredos do cérebro TDAH - parte I

Recebi uma matéria do Ivan Monticelli bem interessante e resolvi postar aqui, mas em partes, até porque eu mesma ainda não consegui ler toda! Hahaha!

Mas é bacana, gente! Vale ler até o final!



TDAH é uma condição confusa, contraditória, inconsistente e frustrante. É impressionante a quantidade de pessoas que vivem com ele todos os dias. Os critérios diagnósticos que foram utilizados para os últimos 40 anos deixam muitas pessoas querendo saber se eles têm o transtorno ou não. Os diagnósticos têm longas listas de sintomas para classificar e marcar. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais tem 18 critérios , e em outras listas de sintomas podem chegar a até 100 características.
Os médicos, inclusive eu, têm tentado estabelecer uma maneira mais simples, mais clara para entender as deficiências do TDAH. Nós temos olhado para a "linha brilhante e resplandecente", que define a condição, explica a fonte da deficiência, e dá a direção sobre o que fazer sobre isso.
Meu trabalho na última década sugere que faltou algo importante sobre a natureza fundamental do TDAH. Voltei para os especialistas sobre a condição - as centenas de pessoas e suas famílias com quem trabalhei que foram diagnosticadas com ele - para confirmar a minha hipótese. Meu objetivo era buscar o recurso que todas as pessoas com TDAH tem, e que as pessoas típicas não têm.
Eu o encontrei. É o sistema nervoso TDAH , uma criação única e especial que regula a atenção e emoções de maneiras diferentes do sistema nervoso em que aqueles sem a condição.
A Zona TDAH
Quase todos os meus pacientes e suas famílias querem largar o termo Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, porque descreve o oposto do que eles experimentam a cada momento de suas vidas. É difícil chamar algo de transtorno quando ele dá muitos pontos positivos . TDAH não é um sistema nervoso danificado ou defeituoso. É um sistema nervoso que funciona bem com o seu próprio conjunto de regras. Apesar do TDAH ter uma associação com dificuldades de aprendizagem , a maioria das pessoas com um sistema nervoso TDAH têm QI significativamente acima da média superior. Eles também usam esse QI mais alto de maneiras diferentes do que pessoas típicas. No momento em que a maioria das pessoas com a doença alcance o ensino médio, eles são capazes de resolver os problemas que são difíceis a todos os outros, e podem pular para soluções que ninguém mais viu.
A grande maioria dos adultos com um sistema nervoso TDAH não são abertamente hiperativos. Eles são hiperativos internamente.
Aqueles com o diagnóstico de ter “falta de atenção”. Parece mais que prestam muita atenção a tudo. A maioria das pessoas com TDAH não medicados tem quatro ou cinco coisas acontecendo em suas mentes ao mesmo tempo. A principal característica do sistema nervoso TDAH não é de déficit de atenção, mas a atenção inconsistente.
Todas as pessoas com TDAH sabem que eles podem " ficar na zona  de atenção "pelo menos quatro ou cinco vezes por dia. Quando estão nesta zona, parece que não têm deficiências, e os défices de funções executivas que possam ter tido antes de entrar na zona de atenção desaparecem. TDAH’s (as vezes) sabem que eles são brilhantes e inteligentes, mas eles nunca tem certeza se suas habilidades vão aparecer quando eles precisam. O fato de que os sintomas e deficiências vêm e vão ao longo do dia é o traço definidor de TDAH. Isso torna a condição incompreensível e frustrante.
Pessoas com TDAH principalmente quando na zona de atenção, ficam interessados em, ou intrigados com o que eles estão fazendo. Eu chamo-lhe um sistema nervoso baseado em interesses. Amigos e familiares julgam e  vem isso como sendo comportamento incerto ou auto-boicote. Quando os amigos dizem: "Você pode fazer as coisas que você gosta", eles estão descrevendo a essência do sistema nervoso TDAH.
Indivíduos com TDAH também podem entrar na zona de atenção quando eles são desafiados ou jogados em um ambiente competitivo. Às vezes, uma tarefa nova ou crítica atrai a atenção deles. Novidade é de curta duração, porém, e tudo fica velho depois de um tempo.
A maioria das pessoas com um sistema nervoso TDAH podem envolver-se em tarefas e acessar as suas habilidades quando a tarefa é urgente, tem um prazo a fazer ou podem morrer, por exemplo. É por isso que a procrastinação é uma deficiência quase universal em pessoas com TDAH. Eles querem fazer o seu trabalho, mas não podem começar até que a tarefa torna-se interessante, desafiadora, ou urgente.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Uma dívida pra chamar de sua

Finalmente contei pra minha mãe que fiz um empréstimo.

Já deve ter alguns meses que peguei dinheiro no banco, só pra não pedir pra ela e admitir que o pior aconteceu: perdi controle das minhas finanças.

Até então, sempre fui a pessoa mais organizada do mundo quando a questão era dinheiro. Sempre coloquei tudo na ponta do lápis porque sempre tive pavor de me endividar. Só pobre mesmo tem essas preocupações, mas eu não tenho nenhum problema em admitir minha condição baixa renda mesmo, então que se dane! Hehehe!

Mas de uns tempos pra cá, o cheque especial já não dava mais conta das contas. E quando precisava fazer qualquer compra de emergência, um mercado que fosse, recorria pro cartão de crédito. Gente, não existe dívida pior que cartão de crédito!

E pra piorar, quando eu encasquetava com alguma coisa, tipo "eu preciso comprar aquele livro novo que saiu" ou "eu estou PRECISANDO de sapatos novos", lá ia eu no primeiro impulso e gastava R$300 numa cacetada só! Aí parcelava tudo e achava que estava tudo certo!

No fim das contas, quando se abateu um momento de lucidez, vi que os juros de um empréstimo seriam mais baixos que os do parcelamento da dívida do cartão. E foi assim que eu me endividei forevermente, graças a minha pobreza somada a minha impulsividade.

O TDAH é normalmente impulsivo e pode acabar se enrolando com orçamento. Claro que eu não culpo o TDAH pelas minhas dívidas, mas certamente a minha impulsividade ajuda muito na hora de fazer uma compra ruim.

Me eduquei já há muito tempo a me perguntar não se eu quero, mas se eu PRECISO. Às vezes, me saboto, dizendo que preciso de alguma coisa que não necessariamente preciso.

As coisas que ativam minha auto-sabotagem são essas, nessa ordem:

1 - Sapatos e bolsas
2 - Livros
3 - Roupas
4 - Maquiagem
5 - Gadgets

E os seus emuladores de auto-sabotagem, quais são?

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

10 dicas para você manejar seu TDAH na vida adulta

Ao contrário do que muita gente pensa, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH ainda é um transtorno pouco conhecido e subdiagnosticado em nosso meio, não raro sendo motivo de controvérsias por parte de pessoas leigas, principalmente quando se trata de um indivíduo adulto. Fato lastimável, uma vez que os estudos científicos mostram que o transtorno evolui com sintomas ao longo da vida numa prevalência de aproximadamente 4% da população mundial. No Brasil, cerca de 2.000.000 de brasileiros adultos sofrem os sintomas do TDAH, em grande parte pelo não reconhecimento do transtorno, o que impede o seu diagnóstico e tratamento corretos.
O TDAH é uma condição que pode ser grave e que se caracteriza por um padrão crônico e persistente de comprometimento, cujos sintomas cardinais são os de desatenção, hiperatividade e ou impulsividade. Pode afetar seriamente a qualidade de vida do indivíduo em todos os setores seja na esfera afetiva, social, laborativa, acadêmica ou profissional. A maioria cursa com quadros variáveis de disfunção executiva, como dificuldade de se organizar, planejar, administrar o tempo, lembrar de datas e compromissos importantes, entre outros.
É comum que eles se sintam limitados, não conseguindo desenvolver todo o seu potencial, fato que costuma desencadear baixa autoestima e sentimentos de minusvalia, insegurança, impotência, incompetência e fracasso precoce. Igualmente, outras condições como depressão, ansiedade, problemas com álcool e drogas, transtornos de conduta entre outros, costumam ocorrer em mais da metade dos adultos com TDAH. O comprometimento na execução e realização de tarefas faz com que a vida do adulto com TDAH fique fadada a constantes insucessos, que geralmente seguem uma espiral decrescente.
A parte cognitiva fica prejudicada e a vida não flui a contento, ficando estagnada e muito aquém do desejado. O rendimento e o desempenho pessoal podem cair vertiginosamente em várias áreas da vida do indivíduo. Questões como falta de habilidade social, de resolução e enfrentamento de problemas, de gerenciamento do tempo e dinheiro e da capacidade de se organizar e de se planejar podem fazer com que o portador de TDAH fique excluído e desassistido dentro de seu próprio meio, muitos vivendo à margem, desmoralizados e desacreditados por seus familiares, amigos e também no ambiente de trabalho. O TDAH do adulto nada mais é do que a continuação do TDAH na infância, ou seja, o ele cresce sendo rotulado, apelidado e criticado por toda a vida e deste modo uma autoimagem negativa vai se solidificando dentro dele. Muitos acham que são assim mesmo e que nunca darão certo em nada na vida.
Mesmo indivíduos diagnosticados e medicados adequadamente podem não saber como lidar com os seus próprios limites. Muitos adultos não conseguem manejar os seus próprios mecanismos de enfrentamento para combater os sintomas do TDAH causando estresse em casa e no trabalho. Outros vivem lutando com a distração, com os esquecimentos e com a falta de competências organizacionais, tornando-se presas fáceis do transtorno.
Sugerimos uma lista com orientações de manejo dos sintomas do TDAH no adulto. Assim, as chances de sucesso crescem a passos largos:
1) Exercite-se. Verifique o tempo de exercício a cada dia. O exercício ajuda a aumentar o foco atencional e a diminuir o excesso de energia, ajudando a combater os sintomas de depressão, irritabilidade, hiperatividade ou impulsividade. Ter um programa de exercícios em sua rotina diária lhe dará muitos benefícios.
2) Aceite a si mesmo e seus limites. Lembre-se que o TDAH não é um diagnóstico e pronto. O diagnóstico pode ajudá-lo a entender por que você age de uma certa maneira, mas não é uma desculpa para comportamentos inadequados. Você pode mudar. Acredite. Adote atitudes de mudança e determinação.
 3) Procure pessoas que o aceitem. O adulto com TDAH pode perceber quando aqueles em torno dele não entendem o seu problema e ficam criticando e julgando o seu comportamento recorrentemente deixando nele uma sensação ruim de que ele “nunca agrada”. Se essas pessoas sempre fazem você se sentir desconfortável ou inadequado, junte-se a outras pessoas com quem você se sinta respeitado. Procure grupos de apoio em sua área ou crie sua própria rede de amigos.
 4) Procure tempo no seu dia para relaxar. Use um tempo de transição – para desestressar e relaxar. Deixa a sua família saber que quando você chega em casa do trabalho, você precisa de alguns minutos de silêncio, por exemplo, para se organizar mentalmente, antes de se dedicar às atividades familiares.
 5)Crie um registro de atividades diárias para cada dia. Selecione as suas escolhas em ordem de importância. Veja o que precisa ser feito e complete os ítens mais importantes em primeiro lugar. Deixe os menos importantes para depois. Se você se distrair, ainda assim você vai ter conseguido fazer os itens mais importantes do dia.
 6) Use o seu relógio biológico em seu benefício. Se você é uma pessoa mais produtiva no início do dia, coloque os ítens mais importantes a serem realizadas no período da manhã. Se você render melhor na parte da tarde, organize suas tarefas principais neste horário. Gerencie suas atividades de modo que você tire o máximo proveito de seus próprios padrões de produtividade.
 7) Crie prazos para seus projetos. Aprenda a gerenciar o seu tempo. Se você tem tendência à procrastinação, esboçe seus projetos estabelecendo prazos para cada etapa dos mesmos. Do mesmo modo, se você estiver trabalhando em casa, dê-se um limite de tempo para completar suas tarefas, por partes. Você pode usar estratégias para se ajudar, como o uso de despertador de relógio ou do celular, por exemplo. Classifique suas metas com os respectivos prazos.
 8) Realize todas as suas tarefas e atividades em etapas. Adultos com TDAH estão frequentemente sobrecarregados com grandes projetos e tarefas. Muitas vezes isso faz com que os projetos fiquem inacabados ou até mesmo sequer iniciados. Ao invés de olhar o projeto como uma longa e única tarefa a ser concluída, veja-o de modo fatiado, por partes. Por exemplo, se você for limpar a sua casa, estabeleça uma ordem: em primeiro lugar faça as camas, em segundo arrume a sala e por fim a cozinha. Não se preocupe com nenhuma outra coisa até completar o que estiver fazendo naquele momento.
 9) Sistematize com antecedência a sua própria rotina diária. Ao desenvolver protocolos para se ajudar no dia-a-dia, você mesmo acaba criando a sua própria agenda diária. O uso de ajudantes organizacionais, listas de tarefas, agendas, gravadores, entre outros, é de grande valia para muitos.
10) Aprenda tudo sobre o TDAH. Quanto mais informado você estiver sobre o seu problema mais você estará preparado para lidar com as dificuldades diárias. Ler livros, fazer perguntas ao seu médico ou participar de grupos de apoio tornarão a sua vida bem mais leve e com mais qualidade. Coloque sabor em cada aprendizado. As pequenas superações são grandes sucessos. Comemore as suas vitórias.

* Dra. Evelyn Vinocur, colaborou na redação deste texto
ABDA® Todos os direitos reservados. Copyright 2013.
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Fonte: Portal da ABDA

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Fórum da ABDA cancelado

Péssimas notícias.

O Fórum da ABDA sobre TDAH teve de ser cancelado, provavelmente porque não conseguiu doações suficientes para acontecer.

Devíamos ter hiperfocado mais no evento :~~(

De qualquer forma, fica o aprendizado e a promessa de que o evento acontecerá em outra oportunidade.

Fonte: http://benfeitoria.com/forumnacionaltdah

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Redescobrindo o Evernote



Avoadinhos, vocês lembram como eu falei que o Evernote só não era perfeito porque não tinha lembrete?

Pois agora tem! clap clap clap

Para os órfãos do Astrid como eu, temos nele uma opção, como muitos avoadinhos já tinham falado aqui nos comentários.

Ainda assim, tenho testado o Gtasks, o DGT TD e o fork do Astrid (uma galera "garfou" o aplicativo pra tentar fazê-lo funcionar, sincronizando basicamente com o Google Tarefas).

Mas quem quiser dar uma chance pro Everenote, vale a pena porque ele tem mil e uma utilidades além de gerir tarefas! Tá lá: www.evernote.com

Beijos com saudade!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

1° Seminário TDAH

A ABDA está organizando seminário em que TDAH'S, médicos, juristas e profissionais da área de saúde discutirão os vários aspectos do transtorno.

O financiamento do seminário se dará por meio de crowdfunding, através do site www.benfeitoria.com.br .

O evento será no dia 7 de dezembro no Maksoud Plaza, em São Paulo.

Mais informações, visite o site da ABDA: www.tdah.org.br

terça-feira, 30 de julho de 2013

É coisa da sua cabeça

Minha terapeuta está firme no  propósito de me convencer de que nem tudo o que acontece é culpa do TDAH.
Vai ver ela não quer que eu fique auto-complacente e que eu aceite que estou medicada, logo, não deveria dar tantas mancadas.
Mas na verdade eu melhorei muito!
Esqueço uma coisinha aqui, outra acolá, já peguei uns e-mails mau escritos no trabalho e às vezes me pego funcionando totalmente no automático, pensando no discurso do Papa em vez de no que estou escrevendo!
Mas quando leio meus diários de 2009, por exemplo, 2 anos antes do diagnóstico de fato, me vejo fazendo coisas bem piores, sendo vitimada por rompantes de impulsividade e distração que só me faziam mal, e penso: nem tudo mudou, mas em grande parte, tudo está melhor.
E antes eu encarava como uma falha minha, como se eu fosse uma pessoa má. Preguiçosa, distraída, sem noção, maluca etc.
Hoje eu sei que ser assim não é falha de caráter, mas é inevitável. Porém, saber que eu sou assim me ajuda a entender quando eu devo me policiar pra fazer diferente, fazer melhor.
E é isso que a terapeuta quer que eu perceba.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

E agora, Astrid?



Gente, eu to chocada com a notícia de que o Astrid vai parar de funcionar.

O aplicativo que eu tanto amava e que me tornou tão produtiva e organizada vai parar de funcionar a partir de 5 de Agosto de 2013.

A equipe que criou nosso amigo polvinho era tão boa que foi contratada pelo hiper mega blaster Yahoo!, que resolveu matar o projeto e não criar mais atualizações para o aplicativo de gerenciamento de tarefas.

Os usuários já estão sendo orientados a importar seus dados para outros aplicativos, como Wunderlist, Any.Do e Gtask. Eu testei o Any.Do e o Gtask e achei ambos muito ruins, pesados, ineficientes e sem vários atributos do Astrid que nos fazem falta.

O Astrid, por exemplo, tem a opção de tocar o alarme até que eu levante e desligue a notificação - sempre com um recadinho estimulante de quebra - e isso evita que eu procrastine muito as tarefas.

O Any.Do e o Gtask não fazem isso. Sem falar de várias outras coisas como layout, facilidade de navegação, inserção por voz, coisas que no Astrid saem no xixi e nesses apps pesados é um parto de fazer.

Cara, de boa, não sei como vou viver sem uma gestor de tarefas, ainda mais sem o Astrid, que era tão perfeito!

Tem até uma petição online rolando para que o Yahoo não abandone o Astrid!

Se você está tão indignado e desesperado quanto eu com essa notícia, assina aê!

http://www.change.org/petitions/yahoo-astrid-marissa-mayer-keep-astrid-running-or-face-boycott?share_id=CNblnRrced&utm_campaign=signature_receipt&utm_medium=email&utm_source=share_petition

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Volta triunfal

Bom dia, avoadinhos do meu coração!

Veja bem, eu tinha um bom motivo para meu sumiço.

Eu estava muito ocupada postergando a pesquisa pra um site sobre os direitos do TDAH e tinha planos de fazê-lo hoje.

Finalmente fez um pouco de sol, então, deixei de dar aquela corridinha pra lavar roupa.

Tomei a Ritalina, porque ainda pretendi estudar alguma coisa (muitas tarefas, muitas tarefas, Astrid maluco!!!!), coloquei a roupa pra lavar e fui lavar louça.

Ministério da Avoadice informa: Se você é TDAH, não caia na ilusão de que você é “multitarefas”. Você é, só não é bem-sucedido nisso.

Quando voltei pra lavanderia – graças a Deus interrompi a lavagem da louça pra dar uma olhada na máquina – tinha um mar inundando tudo!

Minha máquina de lavar fica em um espacinho entre o banheiro e o quarto. Apê pequeno é assim mesmo.

Amigos, meu quarto é todo de taco. E taco não combina com umidade. Pense no meu desespero nesse momento!

despair

Mas aí você pergunta: Avoada, por que a água vazou toda da sua máquina?

Simples, amigo avoadinho. Eu esqueci de colocar o tubo de saída de água no buraco de saída de água!

E foi assim que eu posterguei mais um dia um post bacana no blog pra ficar desesperadamente secando meu quarto.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Como eu me sinto quando

Condescendência. Auto-piedade. Comiseração. Auto-indulgência.

Tudo isso eu sinto quando preciso acordar muito cedo pra chegar na hora em algum compromisso.

É simplesmente automático, sem negociação, sem mão na consciência, inevitavelmente irresponsável, no sentido de "não posso ser responsabilizada por", pois a sensação é de que eu não controlo minha necessidade de "só mais cinco minutinhos" - e que óbvia e instantaneamente, se tornam UMA HORA.

Só me dou conta de que tô meia hora atrasada quando toca um alarme do celular, me dizendo que é hora de sair!

Quem sabe eu devesse passar a colocar alarmes impostergáveis pra hora do banho...

Mas me sinto tão ridícula tendo que fazer isso!

Isso não me traz memórias agradáveis. Me lembra de quando eu era menina, e minha mãe tinha que me dar surra de toalha molhada, jogar água em mim, tudo preu aceitar que eu precisava levantar da cama às seis da manhã pra ir à escola.

Talvez eu devesse voltar a morar com a minha mãe. Ou ensinar minha cachorra a me morder de manhã cedo.

Vou estudar melhor esses planos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

12 hábitos de gerenciamento de tempo para ficar craque em 2013

Oi, avoados queridos!
Achei um artigo na Forbes sobre gerenciamento de tempo e o achei fabuloso, então traduzi e vou postar aqui pra vocês, ok?!
Boa leitura!



Benjamin Franklin

Benjamin Franklin (Wikipedia)
Aproximadamente há trezentos anos atrás, Benjamin Franklin inventou uma abordagem para alterar hábitos que ainda está para ser superada.

Um jovem adulto tentando melhorar, Franklin desenvolveu uma lista de treze virtudes, com uma breve definição de cada uma. Essas eram características de personalidade que ele considerou importantes, mas que ele não via em si mesmo. Ele sabia que nutrindo esses hábitos poderia trazer algo de positivo a sua vida.

Começando no topo da lista, Franklin passou uma semana em cada virtude. De manhã ele pensava em como ele reforçaria o novo hábito dia afora. Durante o dia ele olhava suas anotações para se lembrar do novo hábito. No fim do dia, ele contava quantas vezes tinha recaído em seu velho hábito que ele gostaria de eliminar.

Enquanto Franklin estava surpreso o quanto seu comportamento era "falho", ele estava decidido a continuar, trabalhando toda a lista em um ciclo de treze semanas, e completando quatro desses ciclos em um ano. Como resultado, ele notou em sua autobiografia que enquanto perfeição era inalcançável, ele conseguia ver grandes melhoramentos.


Psicólogos modernos reconhecem três elementos-chave no procedimento de 300 anos de Franklin para mudança de hábitos:
  1. Ele começou comprometido com o novo comportamento.
  2. Ele trabalhou em um hábito por vez.
  3. Ele colocou lembretes visuais.
Aplicando o método Bejamin Franklin
Aqui estão 12 hábitos de gerenciamento de tempo para o novo ano. Molde-os como quiser, mas faça o que fizer, trabalhe em cada um por semana usando o Método de Benjamin Franklin.
Hábito 1:  Tente ser autêntico. Seja tão honesto consigo mesmo quanto puder sobre o que você quer e porque faz o que está fazendo.
Hábito 2: Favoreça relacionamentos. Empenhe ensforços em construir relacionamentos com pessoas em que você possa confiar e contar, e se assegure de que essas pessoas podem confiar e contar com você também.
Hábito 3: Mantenha um estilo de vida que vai lhe dar o máximo de energia. Estimule-se a fazer exercícios aeróbicos pelo menos três vezes na semana, comendo um almoço leve e dormindo o suficiente.
Hábito 4: Ouça seus bioritmos e organize seu dia de acordo com eles. Faça um hábito em prestar atenção em flutuações regulares na sua energia mental e física e níveis de energia mental durante o dia; e baseado no que aprender, faça ajustes em como você agenda tarefas.
Hábito 5: Estabeleça poucas prioridades e teime nelas. Selecione no máximo duas coisas que são suas prioridades máximas - como estudar e ir à academia - e planeje tempo pra trabalhar nelas.
Hábito 6: Esqueça duas coisas que são inconsistentes com as suas prioridades. Fique bom em dizer não a outras pessoas e o faça frequentemente.
Hábito 7: Guarde tempo para esforço concentrado. Agende um tempo para trabalhar em cima de uma coisa só.
Hábito 8: Sempre procure maneiras de fazer sua tarefas de uma forma melhor e mais rápida. Cuide-se com tarefas que você faz e refaz, e procure maneiras de melhorar como você as faz.
Hábito 9: Construa processos sólidos. Construa processos que duram e correm sem sua atenção.
Hábito 10: Visualize os problemas à frente e resolva-os imediatamente. Guarde tempo para pensar no que pode dar errado adiante e enfrente os problemas assim que você puder.
Hábito 11: Quebre seus objetivos em unidades pequenas de trabalho, e pense em cada unidade por vez. Passe a maior parte do tempo trabalhando na tarefa que está na sua frente e evite sonhar muito com o grande objetivo.
Hábito 12: Termine o que é importante e pare de fazer o que não vale mais a pena. Não pare de fazer o que você considera importante a não ser que haja realmente uma boa razão para desistir.
Livremente traduzido da Forbes: 12 time management skills to master in 2013

Dança afro

Aí que eu segui o conselho do dentista e fui fazer uma aula de dança.

Uma amiga me chamou pra uma aula experimental de Dança dos Orixás, e lá fui eu!

A parada é bem catártica e energética, puxada!

Começa com uns alongamentos e asanas de ioga, que já pratico em casa, legal.

Suando loucamente, não tinha ar condicionado...

Os movimentos foram ficando difíceis e o TDAH ficou logo evidente quando comecei a ficar frustrada por não conseguir rebolar, ondular a coluna, andar pra frente mas de lado feito caranguejo enquanto corto no ar com a espada de Ogum e me defendo com o escudo de Oxóssi! Tudo ao mesmo tempo!

Complexo. Coordenação motora nota zero!

Aí que eu voltei a fazer ioga em casa.


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Causos

A tônica dos comentários no post de causos é essa: "Adorei a ideia! Te mando alguma, assim que eu conseguir me lembrar de alguma coisa!"

Nossa memória é mesmo objeto de estudo!

É quase como que um Alzheimer ao contrário, porque a nossa memória recente, na maioria das vezes, até vai bem. Ou não....será?

Se vai bem ou mal, acho que é mais de cada um, mas a memória de coisas antigas parece que só existe se foi mesmo uma coisa muito marcante.

Eu mesma lembro de algumas tdacagadas que eu fiz, mas às vezes elas parecem se confundir na minha caixola.

Sem falar que tem algumas que eu não sei se foram reais ou sonho!

Em compensação, tem uns momentos que parecem tão insignificantes, mas que eu lembro tão bem! Como daquela vez em que eu tava indo pra casa de um namorado e de repente, em uma dessas viagens mentais que a gente faz, concentrada no barulho do motor do carro, foquei na luz batendo em uma mecha do meu cabelo e tive uma epifania qualquer, como uma sensação de completude muito grande. Algo que dizia "você está bem assim. Volta pra casa."

Foi um momento muito bom. Mal sei dizer porque. Terminei esse namoro pouco tempo depois e passei por uma fase de autoconhecimento maravilhosa na minha vida.

Teve uma vez também que eu fui descer da kombi toda pimpona e me taquei pro lado de fora e quando vi, a saia ficou agarrada em algum aço do banco e eu rasguei minha saia. Lá se foi a pimponice...

Eu vou tentar forçar a memória um pouquinho pra ver se lembro de algo não tão constrangedor! Haha!

Enquanto isso, vocês ficam com o blog do Juan, cujo link é: Sabia que eu tinha esquecido alguma coisa

Tudo a ver, não?! =)

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O ciclo da auto-sabotagem

Já leram esse livro?

É muito bom e poderia muito bem ter sido escrito por um TDA, porque nós somos os reis do auto-boicote!

Deixa eu dar um exemplo bem bacana.

Estou morando sozinha há alguns meses. Nesse ínterim, passei pelo término do meu namoro de quase quatro anos. Estou ainda aprendendo a lidar com a solidão, com cozinhar só pra um, com ainda não ter um bichinho - uma planta é tudo de vivo que tem dentro dessa casa além de mim - e com adaptação de rotina.

Tenho passado alguns problemas familiares, sendo a psicóloga de alguns amigos - lembrando que a minha formação é em Direito. É, pois é, vai entender - e a TPM veio firme e forte nesse meio de mês, pontual feito uma bomba-relógio.

Aí o que a Avoadda faz? Resolve testar um período sem os antidepressivos!!! Não parece esperto pra você?

Períodos de raiva, frustração e desânimo entremeados com tristeza e cansaço, muito cansaço.

Isso não pode ser bom.

Onde eu tava com a cabeça ao achar que esse era o melhor momento de provar pra mim mesma que posso ficar sem a medicação? Juro que foi inconsciente, assim como eu aposto que é pra você.

E cara, quando até sua terapeuta te acolhe maternalmente dizendo "Querida, cuida de você! Compra seus remedinhos, ta?" é porque você fez besteira.

Acho que vou reler o livro além de comprar os remédios.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Desabafo

Hoje vou postar o texto de um amigo que resolveu se confessar com o teclado do computador. Olhaí!

"É foda ser tdah! Tem hora que cansa, ter uma mente tão peculiar e por isso incompreendida, em tempos onde a mediocridade impera cansa a beleza. Não que sejamos perfeitos, não somos, mas parece que os não tdah´s pra não se frustarem com o sua mediocridade nos usam como bodes expiatórios, os nossos defeitos ganham uma magnitude desproporcional e parece que estamos a vida toda em divida com as pessoas "normais", eu queria de alguma maneira acabar com isso.

Não é fácil ser a gente, viver essa instabilidade emocional, acordar feliz e só de falar ao telefone com alguém triste e nosso dia ir por água abaixo é foda. Viver em mundo desumano com uma cabeça igual a nossa é tenso, a gente se importa, por vezes até demais, somos corretos em pensamentos, mas falhos na execução, o que em um sistema capitalista é um pecado capital, somos inconstantes.

Eu tenho 32 anos, tenho um relacionamento de 8 anos, dos quais 5 moramos juntos. Apesar de ter uma carreira estável pra um tdah, vivo altos e baixos, alterno períodos de extrema vontade, com tempos de extrema apatia, começo projetos, envolvo pessoas, todo mundo se empolga e ai eu canso, não quero mais saber de nada, me deprimo é muito duro lidar com esse instabilidade. Em momentos de maior desespero chego a pensar na saída mais fácil, fico tempo pensando em cartas, em uma delas penso em dizer como o mundo faz a gente sofrer, penso em dizer pra pessoas serem um pouco mais sensíveis, não sensíveis como nós somos, mas apenas que tenham alguma sensibilidade, mas são só pensamentos, apesar de tudo, me parece que sempre temos sorte, pois dificilmente estamos abandonados, isso seria um desrespeito com as pessoas que me ajudam.

Mesmo nos momentos mais ruins, eu não perco a esperança, creio firmemente que não tenho uma doença, tirando essa instabilidade, temos qualidades que os não tdah´s não tem. Quando penso num mundo ideal, ele é rodeado por tdah´s, felizes e produtivos, nesse mundo ideal também não existiria dinheiro, as pessoas trabalhariam por prazer, passo horas nesse mundo, quem sabe o dia que eu aprender a tirar as coisas da minha cabeça isso não vire um livro? Mas enquanto essa utopia está longe, fico pensando num jeito de fazer as pessoas entenderem que nós não somos o problema e sim parte da solução. 

Escrevo esse pequeno relato em um momento bem difícil, "não sei distinguir quem tá errado, sei lá, minha ideologia enfraqueceu" essa passagem de uma música do racionais me define bem nesse momento, mas mesmo agora, onde tudo está tão doloroso, eu não perco a fé de que vim pra fazer algo diferente nesse mundo. Creio como uma filosofia de vida que viemos ao mundo pra trazer algo de belo, de diferente, pra fazer a humanidade dar o próximo passo. 

Por isso tdah uni-vos, mesmo nos momentos mais difíceis, acreditem em si mesmos, não deixem eles fazerem você acreditar que não tem valor. Levante a cabeça e enfrente a batalha, pois no fim, um dia haveremos de transformar esse mundo em um lugar melhor. "

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Desdobramentos da ansiedade

Aeaeaeaeaeaeae, a Avoada voltou!!!

Tô imaginando meu namorado agora, que fica todo feliz quando eu atualizo o blog. Acho que ele fica dando graças a Deus que eu consegui achar um pingo de disciplina dentro de mim, pelo menos o suficiente pra voltar aqui e falar com vocês! Obrigada pelo carinho de sempre, viu, gente! Sempre me divirto horrores aqui com vocês! Já escrevi em outros lugares na internet e nunca me diverti tanto quanto me divirto aqui no DDA.

Acho que é por que aqui, embora tenha o anonimato, sou eu mesma, com as minhas virtudes e meus defeitos, e minhas limitações ddazísticas. Que fique bem claro que ser distraído, enrolado e esquecido, no caso do DDA, não é necessariamente um defeito, mas sim uma condição do comportamento, que pode ser amenizada com muito TCC e medicação, e outros tratamentos alternativos que ainda pretendo estudar e discutir aqui com vocês.

Falo isso porque muitas vezes o TDAH tem comorbidades (distúrbios asssociados ao DDA), que prejudicam muito o tratamento e às vezes precisam ser tratadas até mesmo antes de ser tratado o TDAH.

Ah, gente, eu fico variando entre DDA e TDAH, mas é porque eu sou tia, entendeu?! Quando eu soube o que era Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ainda se chamava Distúrbio de Déficit de Atenção. No último DSM-IV, um livro médico que define os transtornos psiquiátricos - esse ano já saiu mais um- o nome é mesmo TDAH, mas não é errado totalmente dizer DDA, eu acho. Então, quando eu falo DDA ou TDAH, to me referindo a mesma coisa, ok?!

Enfim, chega de devaneios!!! (Difícil, mas vou tentar)

Mas então, as comorbidades! Hehehe!

Eu não tenho nenhum diagnóstico definido pra comorbidade. Acho que sou meio hipocondríaca e minha terapeuta nunca fala pra não me assustar, sei lá. Mas o que já definimos é que tenho uma distmia louca e vario um pouco entre a depressão de leve e a ansiedade extrema.

Por conta da ansiedade, desenvolvi uma coisa chamada bruxismo.

O bruxismo é o hábito que a pessoa tem de ranger ou apertar os dentes e pode acontecer à noite (bruxismo noturno) ou durante o dia mesmo (bruxismo de vigília).

Acontece muito com pessoas que trabalham em situações que exigem muita atenção ou com muita tensão, como policiais, operadores de tráfego, analistas - deixa eu baixar essa música, que eu mal escuto meu pensamento, péra - tá. Então, pessoas que trabalham analisando coisas sofrem com bruxismo de vigília. E eu trabalho analisando coisas. E tenho os dois tipos de bruxismo.

Quem me acompanha meu twitter (@avoadda) viu que ando às voltas com dentes lascados e quebrados por conta disso e agora, pra piorar, vou ter que colocar uma coroa, ou seja, um pino e um dentinho de porcelana, porque o que restou do meu dente ficou muito fraquinho. O resto dos dentes lascados - são dois - podem ser resolvidos com um pouquinho de resina, mas esse dente mais avariado já sofreu tratamento de canal, então, não vai ter como salvar!

Fiquei muito triste, porque mamãe vendeu uma fazenda pra pagar meu aparelho nos dentes quando eu era criança e com toda modéstia, tenho um sorriso bem bonito. A ideia de fazer canal já me deixou chocada na época - o cigarro, outra muleta contra a ansiedade, acaba com o esmalte dos dentes, deixando-o mais exposto à cáries violentas como a que eu tive - e de colocar uma prótese então me deixou ainda mais triste.

Mas pelo menos agora o dentista vai fazer uma plaquinha de acrílico com o molde dos meus dentes pra evitar que eu fique apertando tanto e se apertar, que não prejudique tanto os dentes.

Mas ele disse que a melhor solução pra isso é uma dança de salão, uma yoga, uma meditação! Hahaha!

Aí eu fui fazer uma aula experimental de dança afro!

Mas isso eu conto no próximo post...

Até lá!

Beijoooo!

domingo, 6 de janeiro de 2013

DDA assistindo TV




Um amigo, ciente do blog, veio me contar uma história e me autorizou de relatar pra vocês.

O cara estava em uma daquelas tardes tediosas assistindo TV e se deparou com um programa em que ele sabia que uma amiga trabalhava nos bastidores, um programa da Record.

Resolveu assistir pra dar uma olhada no trabalho da amiga e começou a reparar que tinham muitos atores que já tinham sido da Globo, e atores consagrados. Um atrás do outro, um desfile de globais!

E era engraçadinho! Tinham umas esquetes espirituosas e a pessoa já tava dando até umas risadinhas...

E aquele elenco, poutz, deve ter custado um dinheiro! Pô, a Record tá cheia da grana mesmo!

E quando o cara já ia postar que a "Record tá tirando mão-de-obra da Globo à rodo!", eis que cai a ficha.

O cara esqueceu que tinha trocado de canal meia hora atrás e tava rindo daquele filmeco da Globo, o "Muita calma nessa hora." ¬¬

Se você também tem causos assim pra contar, o e-mail é diariodeumaavoada@gmail.com.

Sigilo garantido. Ou você pode me dizer seu nome e confiar que eu vou esquecer. Porque eu provavelmente vou.

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